14 de setembro de 2009

Tango

Desenho meu eu. Minhas mãos já não tão trêmulas quanto antes esboçam seus primeiros rascunhos.
Às vezes, um ou outro rabisco certeiro.
Desenho a lápis. Não lido bem com a irreversibilidade da caneta tinteiro.
Também uso cores. Cores que rasgam o papel, encantam os olhos, brilham, convidam para um baile silencioso! Embora o preto e o branco, o tudo e o nada, digam muito sobre quem sou.
Pensando bem, talvez nem tanto.
A aparente simplicidade do enlaçar do risco preto no puro branco papel apenas facilitem as coisas... por alguns momentos.
Reescrevo meu passado, futuro e presente incansavelmente, faço um desenho da minha alma. Traço o rosto que quero ter. E ele está em constante revolução!
Meu sorriso ganha mais razões, minhas palavras significados.
Os segundos tornam-se curtos ou extensos: alongam-se ao infinito, quebram a velocidade da luz. O tempo e o mundo dentro das minhas pupilas transformam-se naquilo que eu sou: dançam um tango comigo.
Rabisco minhas verdades, desenho meu rosto, danço meu tango.
E o que é a vida senão uma dança de salão nunca ensaiada?

Um comentário:

Unknown disse...

É por isso que a vida, pra mim, será sempre a arte eterna, a arte mais bela, aquela que eu mais amo.
Por ser a autora imposta, sem o benefício da escolha, mas mais do isso, porque é feita de um material e de possibilidades que nenhuma outra tem.

Quanto ao texto anterior, nem preciso dizer q assino embaixo, neh?

Beijos :)